quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Taylor Swift - Red

Artista: Taylor Swift
Álbum: Red
Ano: 2012
Lançamento: Big Machine Records

Taylor Swift tem 22 anos e já provou a dor e a delícia de ser famosa tão cedo. E por ser tão nova, Taylor é a umas das responsáveis pela renovação do country e pela apresentação do ritmo para os mais novos. A inocência, beleza, boa postura e talento foi a tônica mais correta para que a menina catapultasse detrás do violão para os primeiros lugares das paradas de música.

Red, seu novo álbum, prova como Taylor consegue fazer um trabalho coeso e compatível com sua idade. É feito sob medida para adolescentes. Ler suas letras é como ler páginas de um diário: as amarguras, as decepções, as tristezas, tudo está lá. 

A diferença é que, desta vez, Taylor mostra-se mas madura. Red, segundo a própria, representa justamente essa fase de maturação pessoal e sonora. Vai ver que é por isso que a cantora aposta em novos caminhos como na ótima "I Knew You Were Trouble", com toques de dubstep, e a animada "We Are Never Ever Getting Back Together", que versa sobre a felicidade de estar, enfim, livre de alguém que a machucou.

Red é um álbum bem produzido e correto do começo ao fim. Se o seu filho ou sua filha estiver ouvindo, pode ficar tranquilo, Taylor é um bom modelo de conduta e o CD serve tranquilamente para guiar um adolescente pelas desilusões da vida amorosa com a calma e sensibilidade que ele precisa.


Se você tivesse que ouvir apenas uma música do cd: We Are Never Ever Getting Back Together

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Você precisa ouvir: Aretha Franklin


Não sei ao certo a primeira vez que ouvi alguma música de Aretha Franklin. Sua voz é tão universal que, com certeza, já devo ter escutado alguma música dela antes mesmo de saber de quem se tratava. Mas, me lembro de querer ouvir Aretha com 14 anos, quando, comprei "Mind, Body and Soul" de Joss Stone, que a apontava como sua principal influência. Foi por causa do material apresentado por Joss que eu resolvi ir mais fundo. Também não sei se me interessei na caça das influências soul de Joss por vontade própria ou por imposição de uma pseudo-intelectualidade que a minha idade já promovia (ouvir Aretha era cool para um menino de 14 anos). Sei que o resultado da pesquisa me apresentou à Aretha.

A partir daí, a primeira música que ouvi foi "Don't Play That Song", uma baladinha assobiável que versava de um jeito muito inocente sobre um amor que não deu certo. O que mais me chamou a atenção naquela música foi a atemporalidade, como ela podia estar no repertório de qualquer outra cantora da minha geração e como eu não conseguia achar outra cantora que pudesse interpretá-la com tanta emoção e facilidade. Aretha fazia aquilo na dose certa.

Música após música fui ouvindo como ela conseguia ser pop sem perder as raízes do gospel, como conseguia ser rock sem deixar o soul, como conseguia honrar seus antecessores apontando novas direções, como conseguia converter os olhos e ouvidos de todos para a sua música e apenas ela. Aretha podia fazer o que quisesse com sua voz.

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É ela a responsável por dar voz à mulher através de verdadeiros hinos do feminismo em uma época onde o homem imperava, principalmente na música. Em "Respect", Aretha deixa claro que tudo o que ela quer em troca do amor que ela dá ao seu companheiro é um pouco de respeito, assim como em "Chain of Fools". Os ecos de seu trabalho perpetuam até hoje: se Beyoncé canta que quem manda no mundo são as mulheres, a culpada é Aretha.

Foi Aretha a primeira mulher a entrar no Rock and Roll Hall of Fame, a mesma que, no Grammy de 98, substituiu Pavarotti, impossibilitado de cantar por problemas de saúde. É também Aretha a artista com maior número de prêmios Grammy da história e por tantas vezes homenageada durante os shows da premiação. É Aretha a maior voz do mundo da música segundo a revista Rolling Stone.


Foi Aretha quem me introduziu a tantos outros artistas tão incríveis quanto ela. E é maravilhoso perceber como, mesmo depois de tantos anos, sua música continua tão forte; mostra disto é o último disco "A Woman Falling Out of Love" de 2011, que nos traz uma Aretha poderosa, mesmo depois de sua vitoriosa luta contra um câncer.

Forte, sensível, técnica, imprevisível. Aretha Franklin não é chamada de "Rainha do Soul" a toa. Minha dica: ouça o quanto antes.

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Mixtapes Review Cê Viu?

basta clicar na mixtape, baixar e ouvir. as novas mixtapes vão sendo divulgadas na fanpage do blog.

   

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Ivete Sangalo - Real Fantasia

Artista: Ivete Sangalo
Álbum: Real Fantasia
Ano: 2012
Lançamento: Universal Music


Era 1996 quando Daniela Mercury lançou seu quarto álbum de estúdio. "Feijão com Arroz", como o próprio nome induzia, era sobre mistura de ritmos, cores, culturas. Com "Feijão com Arroz", Daniela tentava dar um novo rumo ao Axé Music que, à época, já ensaiava um esgotamento de nuances. O álbum é um dos maiores êxitos da carreira da cantora até hoje. Mais de quinze anos depois, "Rapunzel", "Minas com Bahia", "Nobre Vagabundo", "À Primeira Vista" e "Dona Canô" continuam sendo clássicos que primam pela individualidade rítmica. Abraçar o mundo sem tirar o pé do chão: Daniela cantou a pedra, poucos seguiram.

Desde então, os frutos do Axé Music não foram muito significativos. As alternativas criadas para que o gênero pudesse ecoar acabaram sendo ofuscadas pela vontade incessante de vender, de ter uma música para o verão nas rádios. Poucos são os artistas que primam pela novidade, pela surpresa, que apostam com a certeza de estarem, de fato, fazendo algo novo (nesta lista, destacam-se Carlinhos Brown, Araketu e Banda Eva, por acreditarem que o Axé pode ser mais do que apenas hinos motivacionais).

O novo álbum de Ivete Sangalo, "Real Fantasia", lançado este mês, não aponta para novos caminhos mas tem qualidade. Está lá a Ivete Sangalo que todos conhecem: A voz agradável acompanhada de uma competente banda que entoa mensagens positivas. "Real Fantasia" ganha algum destaque na carreira de Ivete Sangalo pela tentativa de misturar o seu som usual com outros ritmos (como a cumbia em "Vejo o Sol e a Lua", o eletrônico em "Só Nós Dois" e a salsa em "Delira na Guarija"), que suprimem a precariedade das letras, uma das características das músicas da cantora.

"Real Fantasia" ganha mais destaque quando percebe-se que Ivete Sangalo não é uma artista de álbuns e sim de singles. Poucos são aqueles que sabem os nomes dos discos, ou a qual CD faz parte essa ou aquela música. Apesar disso, Ivete esteve onipresente nas rádios, mesmo passando cerca de seis anos sem lançar um álbum de inéditas (seu último foi "As Super Novas" em 2005), durante este tempo, a cantora lançou dois projetos gravados ao vivo.

"Real Fantasia" anima, cumpre o papel de esquentar o verão e prima pela mistura. Dá para entender o porquê de Ivete ser considerada uma das artistas mais populares do país. "Real Fantasia" não aponta novos caminhos para o Axé Music, nem para a música baiana, mas, ao que parece, ninguém quer saber disso, todo mundo só quer dançar.


Se você tivesse que ouvir apenas uma música do cd: Vejo o Sol e a Lua

terça-feira, 24 de julho de 2012

Joss Stone - The Soul Sessions Vol 2


Artista: Joss Stone
Álbum: The Soul Sessions Vol 2
Ano: 2012
Produção: Steve Greenwell, Joss Stone, Steve Greenberg
Lançamento: Warner


Qual a primeira palavra que vem à sua cabeça quando alguém fala de Joss Stone? Provavelmente, alguma que remeta ao seu talento vocal ou à naturalidade com que lida com a imprensa e com a carreira. Sempre foi assim. Desde de "The Soul Sessions" (2003), a cantora britânica experimentou os extremos: o sucesso repentino dos primeiros álbuns (Joss, na época com 16 anos, foi apontada por críticos como uma mistura de Aretha Franklin e Janis Joplin) e lançamentos recentes que, mesmo abraçados por fãs, não atingiram êxito em vendas. Mas, as experiências não tiraram o jeito focado e descompromissado com que Joss Stone lida com sua música. Basta ouvir o "The Soul Sessions Vol 2", lançado este mês, para perceber que ela está 100% ali.

A ideia de montar um cd com covers do songbook da r&b americana veio de Steve Greenwell, o mesmo que conseguiu um contrato para Joss, quando ela tinha apenas 13 anos. Ele sugeriu as músicas, ela gravou cerca de 20 faixas em uma semana e depois selecionou quais iriam para o álbum. Tudo assim, muito naturalmente. Se antes, Joss Stone parecia não ter controle nem de sua voz nem de sua carreira, agora ela entende bem quais os melhores caminhos e como deve se arriscar da maneira certa. Deixou de lado as extravagâncias visuais e sonoras de "Introducing... Joss Stone" (2007) e a rebeldia imatura de "Colour Me Free" (2009) e abraçou o que sabe fazer de melhor: trabalhar em equipe e deixar a música fluir de maneira orgânica.


"The Soul Sessions Vol 2" traz clássicos de Womack & Womack, Chi-Lites, The Honey Cones, Broken Bells, que, na voz de Joss, ficaram mais atuais e elegantes. "I Don't Wanna Be Nobody But You", ganhou arranjo jazzístico, enquanto "(For God's Sake) Give More Power To The People" ficou mais agressiva que a original. O CD não tem a intenção de sobrepor as originais, apenas sugere novos caminhos sonoros. O refrão cantado por várias vozes de "The High Road" do Broken Bells está lá, mas ganhou ares gospel com um coral que acompanha Joss durante a música. E para quem é fã da cantora dando voz a temas mais doces, tem as versões de "Pillow Talk" (num arranjo semelhante ao de "I've Fallen In Love With You" presente no primeiro CD da cantora) e "While You're Looking For Sugar", que ganhou um clipe para divulgar o álbum.

Fazendo um CD de covers de clássicos da soul music, Joss está dando para o público o que ele esperava depois de tantas inquietudes na carreira, no entanto, é pisar em terreno fácil e sem muitos riscos musicalmente. Ao contrário de outros artistas, que se reinventam a cada álbum, com "The Soul Sessions Vol 2", Joss dá a impressão de que é basicamente isto que ela tem a oferecer, de que não haverá muitos avanços, o que não é necessariamente ruim, haja visto, que seus maiores erros surgiram quando ela tentou inovar durante a carreira e se afastar do espírito do primeiro álbum.

Há rumores de que um novo projeto inédito está a caminho; uma boa oportunidade para Joss Stone superar seus últimos álbuns que seguiam a mesma proposta autoral e mostrar que é realmente dona do seu nariz e que vai além de um bonito timbre de voz.

 Se você tivesse que ouvir apenas uma música do cd: The High Road